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Como o Catolicismo entende o processo da morte e do luto?

8 de novembro de 2019 - Artigos, Entrevistas

Por Beatriz Camargo, 08/11/2019

A morte é uma das certezas que todos têm durante a vida. Trilha-se uma jornada até chegar ao momento em que sua missão está cumprida e deve-se partir.

Mesmo sendo uma certeza, a morte ainda é envolta por muitos mistérios e temores. É um assunto que muitos evitam ou preferem deixar para “pensar depois”. Cada um lida com o luto de uma maneira, entendendo-o  como preferir e neste momento, muitas vezes, a fé conforta o coração dos que ficaram.

Cada religião entende essa passagem de uma maneira diferente, às vezes como o início ou final de um ciclo, às vezes como se os que passaram estivessem sempre olhando por nós, entre tantas outras maneiras.

Aqui na ABYNY publicaremos uma série de artigos para mostrar a ótica de cada religião sobre esse assunto.

Catolicismo

A religião Católica é uma das vertentes do Cristianismo e também uma das mais antigas do mundo. Só no Brasil possui mais de 172,2 milhões de fiéis.

Padre Cláudio Taciano Foto: Facebook/Divulgação

Para o catolicismo, a morte não seria o fim de um ciclo, como explica o Padre Cláudio Taciano, da Paróquia São Sebastião, na cidade de Suzano/SP, mas sim a passagem para a vida eterna.

O Padre explica que a morte é uma certeza e “assim como o ser humano vai tomando consciência da vida, também vai tomando consciência da morte”. Os católicos creem, contudo, que a morte pode ser vencida, assim como foi por Cristo, que morreu, mas ressuscitou, “Falamos sempre nas missas: quem crê em Deus não tem a vida tirada, mas transformada”, ressalta.

Mas para onde iríamos? Padre Cláudio Taciano explica que ressuscitaríamos em um plano espiritual, também conhecido como paraíso, onde nossa alma habitaria um corpo espiritualizado, já que, segundo a religião, não existe alma sem corpo. “Para quem crê em Deus, a vida não acaba no cemitério, vai ter uma continuidade, onde não teremos mais estes sentimentos tão confusos, de tristeza, de medo, essa experiência de dor… Nós não mais teremos isso”, complementa o Padre.

Muitos podem ter medo deste momento, mas saber que se passará a eternidade em um local longe dos anseios, ao lado de Cristo, seria um conforto para enfrentar esse período, como explica Taciano, “essa é a maneira de encarar a realidade, porque veja a dimensão ‘do ventre para o mundo e do mundo para a eternidade’ são dimensões diferentes. É claro que o novo nos desperta o medo, todos nós temos medo do que não conhecemos e é um mistério, mas ao mesmo tempo, temos que nos amparar na fé e no Deus que é apaixonado por nós”.

Na maioria das vezes, o processo do luto é muito rigoroso e cria uma série de sentimentos conflitantes por quem passa por esse momento. Os fiéis católicos, normalmente, recorrem à igreja e a Deus para ter conforto. Para os que buscam ajuda, o Padre ressalta que todas as missas são, também, em memória dos falecidos e podem ser dedicadas a eles. “Todas as vezes que você se sentir triste ou angustiado pela morte de alguém, a gente sempre recomenda ir à missa e dedicá-la a esta pessoa. Além de termos uma Imagem de Nossa Senhora das Graças, na Paróquia, para [os fiéis] poderem orar pelos seus entes queridos”, finaliza.

 

Informações cedidas pelo Padre Cláudio Taciano, responsável pela Paróquia São Sebastião, em Suzano, São Paulo.

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