Por Beatriz Camargo
O primeiro caso confirmado no Brasil do novo coronavírus foi em fevereiro. A vítima vinha de um voo da Itália, outro país que sofre bastante com a pandemia, para o aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo. Desde então, os números da doença aumentaram e deixam tristes resultados pelo país. As vítimas fatais já passam das 12.000 em todo território nacional. Foram 12.000 histórias e vidas interrompidas de maneira bastante dolorosa.
No mês de maio, alguns nomes bastante conhecidos pelo Brasil foram vítimas fatais da Covid-19, e deixam a saudade entre familiares e amigos.
Confira abaixo algumas pessoas que partiram vítimas da Covid-19, na primeira quinzena de maio, e farão muita falta para as artes, letras e economia.
Abraham Palatnik (19/02/1928 – 09/05/2020)
O artista plástico foi pioneiro na arte cinética, uma vertente das artes plásticas que observa efeitos visuais em movimentos físicos, ilusão de óptica ou truques de posicionamento de peças.
Palatnik é natural de Natal, no Rio Grande do Norte e se mudou para onde hoje é o Estado de Israel ainda criança. Lá, estudou Física e mecânica e só teve aulas de pintura em 1943. Em 1948, aos 20 anos, o artista voltou ao Brasil e passou a residir no Rio de Janeiro. Em 1951, o artista expôs seu projeto na 1º Bienal do Livro de São Paulo, onde teve menção honrosa de seu trabalho.
Atualmente, as obras do Natalense estão em conhecidos museus, como o MoMA, em Nova York.
No dia 29 de abril, Platnik foi internado em um hospital da Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele já possuía doenças respiratórias que foram agravadas pelo coronavírus. Abraham partiu aos 92 anos e deixa um grande legado para arte brasileira.
Sérgio Sant’Anna (30/10/1941 – 10/05/2020)
Um dos maiores nomes da literatura nacional, o contista Sérgio Sant’Anna, partiu no dia 10 de maio, com sintomas do novo coronavírus. Ele estava internado no Rio de Janeiro desde o dia 03 de maio e chegou a apresentar melhoras no quadro clínico.
A trajetória de Sant’Anna na literatura brasileira é bastante extensa, com mais de cinco décadas de atuação.
Ganhador por quatro vezes do Prêmio Jabuti, uma grande premiação no ramo da literatura, teve obras de grande destaque, como “Um crime delicado” (1997), que teve adaptação ao cinema.
Edson Cerreti (1961 – 2020)
Famoso empresário do ramo gastronômico, Cerreti, foi sócio e tinha ações de algumas grandes empresas de alimento.
Além do meio alimentício, também era conhecido como um dos maiores scaplers (pessoa que realiza scalp, tipo ação na bolsa de valores) do Brasil.
Edson faleceu no dia 08, aos 58 anos, vítima do coronavírus.
Aqui na ABYNY.com, você também já viu as homenagens feitas a grandes artistas brasileiros que partiram no mês de maio, vítimas ou com suspeita de coronavírus. Reveja alguns:
A atriz global Daisy Lúcidi morreu no dia 07 de maio, no Rio de Janeiro, vítima do novo coronavírus. A atriz, que passou por diversas novelas da emissora rede Globo, estava internada desde o dia 25 de abril em um hospital do Rio de Janeiro e respirava com a ajuda de aparelhos. Daisy partiu aos 90 anos.
Um dos fundadores da famosa banda “Titãs”, Ciro Pessoa, morre aos 62 anos. O compositor de hits até hoje aclamados como “Sonífera Ilha” e “Homem Primata” saiu da banda em 1983. Depois formou outros grupos, também elogiados. O motivo da morte não foi revelado, mas a ex-esposa de Ciro comentou que ele foi infectado pelo coronavírus enquanto tratava um câncer.
Vítima do novo coronavírus, o compositor e escritor de inúmeros clássicos da música brasileira, como “O Bêbado e o Equilibrista”, Aldir Blanc falece na madrugada desta segunda-feira (04), no Rio de Janeiro. O compositor chegou ao Centro Especializado em Reabilitação (CER) do Leblon com infecção urinária e pneumonia, que evoluíram para um quadro de infecção generalizada. Depois foi transferido para um leito na Rede Pública de Saúde, no Rio. Apesar de apresentar uma melhora no quadro, Aldir não resistiu e faleceu.